sexta-feira, fevereiro 22, 2013

Uma conquista de peso

GP04967A APP (Asia Pulp & Paper) – uma das maiores empresas da indústria de papel e celulose do mundo – anunciou, nesta terça-feira, planos de excluir o desmatamento de sua cadeia de produção na Indonésia. A APP acaba de publicar sua nova “Política de Conservação de Florestas”, que o Greenpeace recebeu com entusiasmo. Se cumprido à risca, o compromisso vai ser um grande avanço na proteção das florestas. A iniciativa veio após uma década de pressão pública e recentes negociações com o Greenpeace.

“Aplaudimos os planos da APP de acabar com o desmatamento. Mas o que conta é o que está acontecendo no campo e vamos continuar monitorando de perto esse processo. Se a APP realmente colocar em prática sua nova política, isso vai representar uma dramática mudança de direção, depois de anos de devastação na Indonésia”, disse Bustar Maitar, que coordena a campanha de florestas do Greenpeace na Indonésia.

As florestas do país são habitat de espécies ameaçadas, como o tigre-de-Sumatra, além de abrigar milhares de comunidades. Segundo o governo, a indústria de papel e celulose é o principal vetor de desmatamento no país, junto com o setor de óleo de palma.

O avanço nas políticas da APP é resultado de anos de pressão feitas por ONGS nacionais e internacionais, que vêm desafiando a empresa a superar os impactos ambientais e sociais causados por sua produção. Ao longo de todos esses anos, o Greenpeace também manteve uma forte campanha mundial nesse sentido, investigando, expondo crimes ambientais e pressionando grandes companhias que compram os produtos da APP.

A pressão teve resultado: mais de 100 marcas globais que usam papel produzido pela APP em suas embalagens, como Adidas, Mattel, Nestlé e Unilever exigiram que a empresa tivesse uma produção limpa. Algumas chegaram a cancelar contratos. O anúncio da nova política é consequência dessas manobras. E chega em boa hora: no próximo mês de maio, termina a moratória de desmatamento que o presidente do país decretou em 2011.

“A iniciativa da APP é um ótimo momento para que o governo estenda a moratória e fortaleça suas políticas. As leis florestais da Indonésia precisam ser reforçadas com urgência, para que empresas como a APP tenham condições de implementar suas políticas de conservação”, afirma Maitar. “A ameaça de extinção de animais como o tigre-de-Sumatra só vai ser superada quando governo, indústrias e sociedade civil unirem suas forças e ações pelas florestas.”

Em solo brasileiro, esse movimento não é novo. Pressionada pelo Greenpeace e por outras organizações da sociedade civil, uma parte das indústrias de soja e da pecuária também já se comprometeram em tirar o desmatamento de sua cadeia de produção. E, no ano passado, o Greenpeace Brasil, junto com outras organizações da sociedade civil, colocou nas ruas o projeto de lei de iniciativa popular do Desmatamento Zero. A exemplo do projeto do Ficha Limpa, a ideia é reunir o maior número de assinaturas possível para que a proposta chegue ao Congresso. Até agora, mais de 700 mil pessoas já aderiram.

Viste em: Greenpeace

terça-feira, fevereiro 19, 2013

Congressista brasileiro é o segundo mais caro entre 110 países

O congressista brasileiro é o segundo mais caro em um universo de 110 países, mostram dados de um estudo realizado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em parceria com a UIP (União Interparlamentar).

Cada um dos 594 parlamentares do Brasil --513 deputados e 81 senadores-- custa para os cofres públicos US$ 7,4 milhões por ano.

Para permitir comparações, o estudo usa dados em dólares, ajustados pela paridade do poder de compra --um sistema adotado pelo Banco Mundial para corrigir discrepâncias no custo de vida em diferentes países.

O custo brasileiro supera o de 108 países e só é menor que o dos congressistas dos Estados Unidos, cujo valor é de US$ 9,6 milhões anuais.

Com os dados extraídos do estudo da ONU e da UIP, a Folha dividiu o orçamento anual dos congressos pelo número de representantes -- no caso de países bicamerais, como o Brasil e os EUA, os dados das duas Casas foram somados. O resultado não corresponde, portanto, apenas aos salários e benefícios recebidos pelos parlamentares.

Mas as verbas a que cada congressista tem direito equivalem a boa parte do total. No Brasil, por exemplo, salários, auxílios e recursos para o exercício do mandato de um deputado representam 22% do orçamento da Câmara.

Entre outros benefícios, deputados brasileiros recebem uma verba de R$ 78 mil para contratar até 25 assessores. Na França --que aparece em 17º lugar no ranking dos congressistas mais caros-- os deputados têm R$ 25 mil para pagar salários de no máximo cinco auxiliares.

Assessores da presidência da Câmara ponderam que a Constituição brasileira é recente, o que exige uma produção maior dos congressistas e faz com que eles se reúnam mais vezes --na Bélgica, por exemplo, os deputados só têm 13 sessões por ano no plenário. No Brasil, a Câmara tem três sessões deliberativas por semana.

No total, as despesas do Congresso para 2013 representam 0,46% de todos os gastos previstos pela União. O percentual é próximo à média mundial, de 0,49%.

Em outra comparação, que leva em conta a divisão do orçamento do Congresso por habitante, o Brasil é o 21º no ranking, com um custo de cerca de US$ 22 por brasileiro. O líder nesse quesito é Andorra, cujo parlamento custa US$ 219 por habitante.

O estudo foi publicado em 2012, com dados de 2011. O Brasil não consta no documento final porque o Senado atrasou o envio dos dados, que foram padronizados nos modelos do relatório e repassados à Folha pela UIP.

Ao todo, a organização recebeu informações de 110 dos 190 países que têm congresso. Alguns Estados com parlamentos numerosos, como a Itália, não enviaram dados.

Custo dos parlamentares pelo mundo
PAÍS CUSTO POR PARLAMENTAR (Orçamento/nº de parlamentares, em US$, com paridade de poder de compra) ORÇAMENTO (US$, com paridade de poder de compra) MEMBROS
EUA 9.570.093,46  5.120.000.000,00  535
Brasil 7.432.814,24  4.415.091.657,00  594
Nigéria 4.357.653,60  2.043.739.537,05  469
Coreia do Sul 2.091.915,75  625.482.810,00  299
Argentina 1.917.506,91  630.859.774,38  329
Japão 1.863.072,99  1.345.138.700,15  722
México 1.777.936,06  1.116.543.847,77  628
Venezuela 1.734.773,86  286.237.687,12  165
Israel 1.401.305,67  168.156.680,48  120
10º Chile 1.300.040,28  205.406.364,63  158
11º Alemanha 1.191.851,44  821.185.642,18  689
12º Colômbia 1.158.565,46  310.495.543,16  268
13º República Dominicana 1.142.232,15  245.579.911,25  215
14º Angola 1.137.324,50  250.211.389,97  220
15º Bélgica 1.116.683,85  246.787.131,17  221
16º Costa Rica 1.099.075,08  62.647.279,35  57
17º França 1.079.852,36  998.863.435,54  925
18º Uruguai 1.077.124,35  140.026.165,26  130
19º Filipinas 998.650,24  310.580.223,40  311
20º Emirados Árabes 986.662,97  39.466.518,88  40
21º Canadá 976.939,04  403.475.825,46  413
22º Turquia 941.801,88  517.991.036,43  550
23º Nova Zelândia 921.759,69  112.454.682,73  122
24º Grécia 913.714,07  274.114.221,07  300
25º Indonésia 866.241,04  485.094.979,63  560
26º Quênia 841.337,34  188.459.563,53  224
27º Trinidad e Tobago 829.928,39  60.584.772,16  73
28º Tailândia 822.990,38  534.943.748,13  650
29º Portugal 785.087,00  180.570.009,84  230
30º Áustria 741.492,17  181.665.582,73  245
31º Finlândia 726.626,88  145.325.375,26  200
32º Dinamarca 684.358,03  122.500.087,98  179
33º Andorra 672.999,04  18.843.973,23  28
34º Noruega 629.007,73  106.302.307,01  169
35º Polônia 578.557,13  323.991.995,07  560
36º Ucrânia 573.127,62  257.907.430,07  450
37º Líbano 530.701,81  67.929.831,52  128
38º Luxemburgo 520.679,18  31.240.751,04  60
39º Austrália 519.494,78  117.405.819,64  226
40º Benin 516.426,19  42.863.373,36  83
41º Uganda 515.494,92  198.981.040,99  386
42º Nicarágua 511.116,51  47.022.718,66  92
43º Camboja 497.271,28  91.497.915,20  184
44º Suécia 480.281,42  167.618.215,27  349
45º Zâmbia 440.191,93  69.550.324,33  158
46º Tanzânia 433.482,25  154.753.163,62  357
47º Chipre 415.264,94  33.221.195,23  80
48º Bósnia-Herzegovina 414.020,49  23.599.167,82  57
49º República Tcheca 410.560,00  115.367.361,10  281
50º Congo 390.347,41  79.240.524,29  203
51º Burkina Faso 385.517,65  42.792.458,94  111
52º Romênia 374.813,00  176.536.923,45  471
53º Índia 374.803,91  296.095.092,11  790
54º Eslováquia 374.201,87  56.130.280,31  150
55º Lituânia 372.252,78  52.487.641,98  141
56º Reino Unido 360.601,86  532.608.947,51  1477
57º Eslovênia 344.329,33  44.762.812,68  130
58º Camarões 342.295,65  61.613.217,68  180
59º Cingapura 337.378,72  33.400.493,13  99
60º Argélia 336.993,72  179.617.654,94  533
61º Espanha 332.642,49  204.242.485,89  614
62º Estônia 330.901,27  33.421.028,72  101
63º Letônia 329.476,47  32.947.647,02  100
64º Bulgária 325.717,41  78.172.178,18  240
65º Hungria 322.289,04  124.403.569,35  386
66º Azerbaijão 313.403,60  39.175.449,43  125
67º Micronésia 302.481,23  4.234.737,16  14
68º Suíça 298.731,21  73.487.877,05  246
69º Georgia 288.508,81  43.276.320,80  150
70º Macedônia 287.733,63  35.391.235,96  123
71º Namíbia 287.418,37  29.891.510,60  104
72º Ruanda 287.401,03  30.464.509,06  106
73º Timor-Leste 282.822,02  18.383.431,55  65
74º Maláui 255.925,05  49.393.534,34  193
75º Islândia 253.620,91  15.978.117,48  63
76º Chade 250.836,71  47.157.302,19  188
77º Croácia 250.533,66  37.830.582,60  151
78º Mali 235.911,82  34.679.038,22  147
79º Albânia 217.764,33  30.487.006,71  140
80º Maldivas 211.947,56  16.319.962,06  77
81º Montenegro 180.454,58  14.616.820,85  81
82º Paquistão 179.100,58  79.162.456,60  442
83º Sudão 176.074,34  67.964.695,49  386
84º Belarus 164.017,69  28.539.077,92  174
85º Burundi 153.481,32  22.561.754,05  147
86º Guiné Equatorial 144.953,00  14.495.300,19  100
87º Malásia 144.516,29  42.198.757,69  292
88º Gana 141.917,48  32.641.021,07  230
89º Suriname 138.111,68  7.043.695,43  51
90º Jamaica 136.769,98  11.488.678,11  84
91º Sri Lanka 135.498,43  30.487.147,51  225
92º Bangladesh 122.601,06  42.910.371,36  350
93º Togo 122.486,88  9.921.437,29  81
94º Liechtenstein 120.679,01  3.016.975,28  25
95º Jordânia 114.142,06  20.545.570,20  180
96º Lesoto 112.719,07  17.246.017,39  153
97º Maurício 112.372,48  7.753.701,41  69
98º Moldávia 107.182,90  10.825.472,96  101
99º Armênia 100.169,24  13.122.170,71  131
100º Djibuti 98.184,07  6.381.964,71  65
101º Tonga 92.725,79  2.596.322,02  28
102º Mauritânia 91.966,53  13.886.945,31  151
103º Seychelles 89.284,31  3.035.666,69  34
104º Malta 88.480,01  6.105.120,38  69
105º Gâmbia 83.481,56  4.424.522,84  53
106º São Tomé e Príncipe 81.936,13  4.506.487,29  55
107º São Vicente e Granadinas 78.969,51  1.816.298,72  23
108º Serra Leoa 56.026,86  6.947.330,38  124
109º Laos 46.326,80  6.115.138,17  132
110º Etiópia 33.964,87  23.164.042,43  682

Visto em: Folha

domingo, fevereiro 10, 2013

Não são apenas músicas…#11

Pearl Jam  - Wishlist

I wish I was a neutron bomb
For once I could go off
I wish I was a sacrifice
But somehow still lived on

I wish I was a sentimental
Ornament you hung on
The Christmas tree, I wish I was
The star that went on top

I wish I was the evidence
I wish I was the grounds
For fifty million hands up raised
And opened toward the sky

I wish I was a sailor with
Someone who waited for me
I wish I was as fortunate
As fortunate as me

I wish I was a messenger
And all the news was good
I wish I was the full moon shining
Off a camaro's hood

I wish I was an alien
At home behind the sun
I wish I was the souvenir
You kept your house key on

I wish I was the pedal break
That you depended on
I wish I was the verb to trust
And never let you down

I wish I was the radio song
The one that you turned up
I wish, I wish, I wish, I wish
I guess it never stops

Nível do mar aumentará entre 30 e 106 centímetros até 2100

cpoi4kkqsrjtkxaklg6sdoqpcUma das consequências mais temidas do aquecimento global, o aumento do nível do mar foi medido em um novo estudo, publicado pela revista “Earth System Dynamics”. Segundo o pesquisador Mahé Perrette, do Instituto de Pesquisas do Impacto do Clima (PIK), da Alemanha, até o fim do século os oceanos aumentarão, em média, entre 30 e 106 centímetros - o Brasil ficaria dentro desta média.

Em outras regiões do planeta, a maioria de clima tropical, os oceanos podem sofrer uma elevação até 20% maior. A diferença se deve a fatores regionais, como ventos e correntes oceânicas. Países banhados pelo Oceano Índico serão mais atingidos, além de Japão, o sudeste da Austrália - onde está Sydney - e a Argentina, na região de Buenos Aires.

A Costa Leste americana, de acordo com Perrette, receberá um impacto menor do que o estimado por levantamentos anteriores. Como o derretimento de gelo nos polos mudará o campo gravitacional do planeta, no Atlântico Norte a perda de volume das geleiras da Groenlândia será menos sentida do que na Antártica.

A Groenlândia, segundo Perrette, produzirá um aumento do nível do mar “menos do que a média” - embora, ainda assim, haja um aumento. Uma Nova York debaixo d'água, por isso, não parece provável.

Sobre a grande margem definida como a “média global do aumento do nível do mar”, Perrette acrescenta que há "muitas incertezas" ligadas ao futuro das geleiras. Mas se a temperatura média global subir 5 graus Celsius - um cenário já estudado por climatologistas -, é quase certo que os oceanos elevem-se pelo menos em meio metro.

A principal forma de evitar desastres é diminuir a emissão de gases-estufa na atmosfera, o que conteria a elevação dos termômetros. Para quem quer pensar além da mitigação, os diques são uma “forma clássica”, segundo Perrette, para lidar com o problema. O governo holandês, que conta com a maioria de sua população em áreas abaixo do nível do mar, aumentou as verbas voltadas para esta medida. O pesquisador também recomenda que as cidades não direcionem futuros investimentos em áreas costeiras baixas.

Visto em: O Globo