Cat Power – Love & Communication
quinta-feira, setembro 27, 2012
quarta-feira, setembro 26, 2012
Ter companhia traz longevidade, apontam estudos recentes
Um deles mostrou que solitários com mais de 60 anos têm 45% mais risco de morrer mais cedo do que os que se sentem conectados a outras pessoas
Morremos sozinhos, dizem os filósofos. Mas podemos morrer mais cedo se passarmos a vida sozinhos. Vínculos próximos com amigos e familiares podem afastar problemas de saúde e uma morte prematura, sugerem pesquisas recentes.
A solidão é um fator de risco quanto ao declínio funcional e à morte prematura em adultos que têm mais 60 anos, de acordo com uma pesquisa da Universidade da Califórnia, em São Francisco, publicada em julho deste ano.
Mais de 43% dos 1.604 participantes do estudo relataram que se sentiam excluídos, isolados e sem companhia com frequência.
Durante um período de seis anos de acompanhamento, mais de metade das pessoas que se identificaram como solitárias demonstraram dificuldades com a limpeza e a organização básica da casa e com tarefas pessoais. Descobriu-se também que elas tinham 45% a mais de risco de morrer mais cedo do que os adultos mais velhos que se sentiam mais conectados a outras pessoas.
A maioria das pessoas solitárias (62,5%) era casada ou não morava sozinha – uma indicação de que se sentir solitário e estar sozinho não são a mesma coisa.
"Não é a quantidade, mas a qualidade de seus relacionamentos que importa", disse Carla M. Perissinotto, geriatra que liderou o estudo.
"Não dá para saber quem se sente solitário. Não se trata apenas de uma velhinha que mora sozinha."
O estudo não investigou por que as pessoas diziam se sentir solitárias, acrescentou Perissinotto. "A solidão é biológica ou é socialmente mediada – o que significaria que as pessoas solitárias simplesmente não cuidam de si mesmas ou não recorrem ao sistema de saúde? Quais são os mecanismos em jogo? De quais intervenções práticas poderíamos nos utilizar? Esse precisa ser o próximo passo da pesquisa", questionou ela.
Os efeitos da solidão para a saúde não devem ser ignorados, acrescentou ela. "As pessoas solitárias não têm a iniciativa de conversar com um médico ou com os filhos", disse ela. "E se elas não conversarem com ninguém a respeito, ninguém vai tomar conhecimento."
Outras pesquisas descobriram que a solidão crônica está associada a problemas de pressão arterial alta , doença cardíaca coronária, diminuição da resposta imunológica, depressão , dificuldades de sono, declínio cognitivo e demência .
Até o momento, os pesquisadores ainda não compreenderam o modo como a solidão prejudica a saúde e acelera o envelhecimento, diz Louise C. Hawkley, psicóloga da Universidade de Chicago. Ela escreveu vários artigos sobre a solidão com um colega, John T. Cacioppo, com base em um amplo estudo de longo prazo sobre moradores do Condado de Cook, no Estado de Illinois.
As pessoas cronicamente solitárias – estimadas em 20% da população em geral e até 40% dos adultos com mais de 65 anos – podem ter problemas por causa da maneira como concebem as outras pessoas, disse Hawkley.
"Em vez de procurar por sinais de aceitação vindos dos outros, as pessoas solitárias ficam em alerta procurando por sinais de rejeição", disse ela.
"Se temos medo de que os outros não nos aceitem, podemos parecer indiferentes ou exigentes. Então, as pessoas se tornam mais cuidadosas quando falam conosco, a profecia do solitário se realiza e um círculo vicioso que gera a solidão se desenvolve."
A terapia cognitiva comportamental focada na identificação e reformulação de pensamentos sociais negativos pode ajudar as pessoas que têm um senso de isolamento social, acrescentou.
A pesquisa surge em um momento em que um terço dos americanos com idades entre 45 e 63 anos está solteiro, o que indica um aumento de 50% desde 1980. O número de divórcios entre casais de meia-idade ou mais velhos também está aumentando, com um em cada quatro adultos com mais de 50 anos se divorciando, o que ameaça os vínculos com amigos e familiares.
Mudanças de endereço, doenças e a aposentadoria são eventos comuns na vida da população de meia-idade, exigindo um esforço consciente para reconstruir uma rede social, disse o Dr. George E. Vaillant, professor e psiquiatra da Escola de Medicina de Harvard.
"Da mesma forma que nos exercitamos, pagamos impostos e mantemos uma alimentação saudável, precisamos começar a substituir os amigos assim que os perdemos, particularmente quando chega a época da aposentadora", disse Vaillant, autor do livro "Triumphs of Experience: The Men of the Harvard Grant Study" ("Triunfos da Experiência: O Homens do Grant Study de Harvard"), baseado em uma das maiores pesquisas sobre o envelhecimento já realizadas no mundo.
Iniciada em 1938, a pesquisa monitorou a saúde física e emocional de 268 alunos de Harvard (várias dezenas dos quais sobreviveram; todos estão na casa dos 90 anos); Vaillant conduziu a pesquisa por mais de quatro décadas. O estudo mostra que os relacionamentos são o segredo do envelhecimento saudável, disse Vaillant, que aconselhou a cultivar amizades com pessoas mais jovens por conta de sua energia e do frescor de sua visão de mundo.
"É preciso se interessar em alguém diferente de si mesmo – não em passatempos, palavras cruzadas ou no mercado de ações – mas em gente de carne e osso", disse ele.
"É por isso que o voluntariado é tão importante – a única maneira de parar de pensar no seu próprio, único e maravilhoso ego é pensar nos outros."
O egocentrismo não foi problema para Richard Anderson, de 67 anos, morador de Arlington, Virgínia. Ele se tornou voluntário da Associação Well Spouse, um grupo de apoio, depois de muito tempo sendo o principal cuidador de sua esposa, que morreu em 2004, após décadas sofrendo de uma enfermidade debilitante. Cuidando da esposa, Anderson descobriu que as próprias doenças podem provocar isolamento.
"À medida que uma doença avança, os amigos passam a ter mais dificuldade de se relacionar conosco", disse Anderson, bibliotecário da Universidade de Georgetown.
"E se não há possibilidade de cura, algumas pessoas não conseguem lidar com isso e se afastam."
Depois de entrar no grupo, ele conheceu cuidadores de cônjuges com quem manteve contato.
"Mesmo que percamos amigos antigos durante uma doença, ainda é possível fazer novos amigos que vão aceitar a nossa situação pelo que ela é", disse Anderson, que desde então se casou novamente.
Visto em: IG Saúde
terça-feira, setembro 18, 2012
Pessoas menos religiosas tendem a ser mais generosas
Crentes podem não ser tão "bons samaritanos" quanto ateus e agnósticos. É o que sugere um estudo desenvolvido na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Publicado no periódico Social Psychological and Personality Science, o artigo afirma que pessoas menos religiosas tendem a ser mais sensíveis às necessidades de um estranho.
O experimento foi realizado em três etapas. Na primeira, os cientistas analisaram dados de uma enquete americana de 2004 entre 1.300 adultos. A análise mostrou que as pessoas menos religiosas eram mais caridosas do que os mais crentes.
No segundo experimento, 101 adultos americanos assistiram a imagens de crianças muito pobres. Em seguida, os participantes receberam moedas falsas e foram instruídos a doar uma quantidade qualquer a um estranho. Novamente, os menos religiosos mostraram-se mais caridosos e doaram valores maiores.
"As imagens tiveram um grande efeito na generosidade dos menos crentes", disse o psicólogo Robb Willer, da Universidade de Berkley, coautor do estudo. "Mas não modificou de maneira significativa a generosidade dos participantes mais religiosos."
No último experimento, mais de 200 alunos universitários tinham que dizer quão compassivos estavam se sentindo no momento. Em seguida, participaram de jogos em que precisavam decidir se compartilhariam dinheiro com um estranho ou se guardariam para si.
Em uma rodada, os jogadores eram informados que haviam recebido doação de outro participante. Os agraciados tinham liberdade para decidir se recompensariam o doador devolvendo parte do dinheiro. Aqueles que haviam declarado baixa religiosidade e alta compaixão estiveram mais propensos a devolver parte do dinheiro recebido por um estranho do que os outros participantes do estudo.
De acordo com os autores, os menos religiosos apoiam a generosidade e a caridade na força da ligação emocional que estabelecem com um estranho. Já os mais religiosos parecem basear a generosidade menos na emoção e mais na doutrina e na identificação com a comunidade.
Visto em: Veja
quinta-feira, setembro 13, 2012
Pessoas que ficam vermelhas facilmente são mais generosas e inspiram mais confiança
Se você é do tipo que fica vermelho e sem graça por qualquer coisa, provavelmente não vê isso como uma virtude e às vezes até sente que todo mundo te acha meio bobo (experiência própria aqui), não é? Se for assim, temos duas boas notícias. A primeira é: não só as pessoas não te acham bobo, como ainda te acham mais confiável. E a segunda: na verdade, não se trata de apenas parecer mais virtuoso – um estudo publicado no Journal of Personality and Social Psychology (publicação Associação Americana de Psicologia) mostrou que pessoas assim são mais generosas e realmente merecem a confiança dos outros.
“Níveis moderados de constrangimento são sinais de virtude“, disse Matthew Feinberg, um estudante de doutorado em psicologia na Universidade da Califórnia em Berkeley e principal autor do estudo. “Nossos dados sugerem que isso é uma coisa boa, e não algo contra o qual você deve lutar.” Segundo ele, o constrangimento moderado que surge sem ter motivo é uma assinatura emocional das pessoas em quem se pode confiar.
Segundo Feinberg, isso é positivo tanto nos negócios, já que essas pessoas também inspiram maior cooperação dos outros, quanto na vida amorosa: indivíduos que se constrangiam mais facilmente relataram níveis mais elevados de monogamia.
Só não podemos confundir isso com a vergonha exagerada que caracteriza a fobia social, nem com a vergonha decorrente de um erro moral que tenhamos cometido. Essas emoções têm uma natureza diferente. O constragimento que estava sendo estudado vem naturalmente e está associado a pessoas com a consciência limpa que, mesmo sem motivo, ficam sem graça com certas coisas. Os gestos demonstrados são diferentes também: segundo os pesquisadores, enquanto o gesto mais típico de embaraço é olhar para baixo, virado para um lado e cobrindo parcialmente o rosto enquanto sorri ou faz careta, uma pessoa que sente vergonha por algo ruim que tenha cometido normalmente cobre todo o rosto.
Os experimentos
Os resultados da pesquisa foram coletados a partir de uma série de experimentos que usaram depoimentos em vídeo, jogos de confiança econômica e pesquisas para avaliar a relação entre vergonha e sociabilidade. No primeiro experimento, 60 estudantes universitários foram filmados contando momentos embaraçosos, como flatulência em público ou julgamentos incorretos sobre algumas pessoas. As fontes mais típicas de vergonha incluíam achar que uma mulher com excesso de peso estivesse grávida ou confundir uma pessoa toda desgrenhada com um mendigo. Cada depoimento em vídeo foi classificado com base no nível de constrangimento mostrado.
Os voluntários também participaram do “Jogo do Ditador”, normalmente usado em pesquisas para medir o nível de altruísmo das pessoas. Nesse caso, cada um recebeu 10 bilhetes de rifa e foi-lhes dito que mantivessem uma parte deles para si e dessem o restante a um parceiro. Os resultados mostraram que aqueles que apresentaram maiores níveis de constrangimento deram mais bilhetes para os outros, o que indica mais generosidade.
Pessoas excessivamente confiantes são menos confiáveis?
Em outro experimento, os participantes assistiram a uma cena em que era dito a um ator que ele havia recebido uma pontuação perfeita em um teste. Ele então fazia um gesto de constrangimento ou orgulho e os voluntários passaram por testes, depois, para mediar o seu nível de confiança no ator com base nessa reação. O resultado? Ter mostrado sinais de constrangimento inspirou mais reações positivas dos espectadores. O estudo descobriu que as pessoas têm mais vontade de se aproximar e se sentem mais confortáveis em confiar em quem fica constrangido facilmente.
Segundo os pesquisadores, a questão que fica e pode ser estudada no futuro é: será que, por outro lado, pessoas excessivamente confiantes inspiram menos confiança?
Visto em: Super Interessante
domingo, setembro 09, 2012
O que a maconha tem a ver com a crise econômica?
De acordo com jornalista americano e associação espanhola, a planta pode ser parte da saída para dívidas públicas. Doug Fine, que já colaborou para o jornal Washington Post e a revista Wired, acaba de lançar, nos Estados Unidos, o livro Too High to Fail – Cannabis and the New Green Economic Revolution (em tradução livre: Muito Chapado para Fracassar – Maconha e a Nova Revolução Econômica Verde).
Fine passou um ano em uma comunidade rural no condado de Mendocino, na Califórnia, para escrever este livro. Lá o plantio da Cannabis para fins medicinais é autorizado pelo xerife da cidade, mediante o pagamento de taxa. Cada produtor pode cultivar no máximo 99 mudas da planta, para não passar por cima da lei federal, que determina prisão para quem tiver 100 mudas ou mais.
O que o jornalista constatou:
- 80% da economia de Mendocino é movimentada por conta da droga: por ano, são gerados de US$ 6 bi a US$ 8 bi;
- Segundo professor de economia de Harvard entrevistado no livro, em 2011 a droga poderia ter gerado impostos no valor de US$ 6,2 bilhões ao governo. Se a planta fosse legalizada, o lucro poderia ser de US$ 47 bilhões;
- A Cannabis industrial – para os setores têxtil, alimentício e energético – tem mais potencial econômico do que para o uso medicinal.
“Imagine se a economia americana se beneficiasse desses números, em invés de eles irem para as contas de gangues criminosas”, afirma o jornalista em seu site.
Enquanto alguns Estados dos EUA consideram votar pela legalização da maconha para uso recreativo nas próximas eleições de novembro, a população da pequena cidade de Rasquera, na região espanhola da Catalunha, aprovou por plebiscito a plantação da erva para pagar as dívidas da crise financeira.
O cultivo, para consumo social, será feito pela ABCDA – Associação de Barcelona de Autoconsumo de Cannabis, que é legal e tem cinco mil sócios, em terrenos alugados da prefeitura da cidade. A ABCDA pagará 550 mil euros por mês. Estima-se que em dois anos a dívida de Rasquera estará quitada.
Para reduzir seu impacto ao meio ambiente, as plantações propostas por Doug Fine e pela ABCDA poderiam se inspirar na norma da cidade de Boulder, no Colorado, que exige fontes limpas de energia para o cultivo de maconha (leia Plantadores de maconha precisam compensar emissões de carbono).
Visto em: Super Interessante