domingo, janeiro 29, 2012

Elefante de Sumatra pode extinguir-se em menos de 30 anos

450X300_101155e1eb9c4eadf921441d58f758efO elefante de Sumatra, na Indonésia, perdeu 69% do seu habitat nos últimos 25 anos e poderá extinguir-se em menos de 30, alerta a WWF. A UICN classificou-o no dia 24/01 como espécie Criticamente em Perigo, a um passo da extinção.
Em apenas uma geração, as populações de elefantes de Sumatra (Elephas maximus sumatranus) diminuíram para metade. “Os cientistas afirmam que, se esta tendência continuar, os elefantes de Sumatra poderão estar extintos na natureza em menos de 30 anos”, diz a organização World Wildlife Fund for Nature (WWF), em comunicado.
Em 1985, um censo concluiu que existiam entre 2800 e 4800 elefantes de Sumatra, em 44 populações, a maior das quais na província de Riau. Os últimos dados dão conta de cerca de 900 animais: 210 em Riau, 498 no Parque Nacional Bukit Barisan Selatan e 180 no Parque Nacional Way Kambas, ambos na província de Lampung.
Hoje, a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) alterou a classificação deste elefante, de Em Perigo para Criticamente em Perigo, a última classificação antes de Extinto. De momento, o elefante de Sumatra vive apenas em sete províncias.

Perda de habitat
A perda de habitat é uma das principais razões para esta decisão. Mas o que preocupa a UICN é que “as forças que estão a causar esta perda de habitat continuam sem ser fiscalizadas”. A organização considera que a maior ameaça é a conversão das florestas para fins agrícolas e de expansão de povoações, o que tem levado a conflitos entre elefantes e pessoas. Além disso, estes animais têm sido alvo do abate ilegal por causa do marfim.
A WWF apelou a uma moratória imediata à destruição do habitat e pediu ao Governo da Indonésia para proibir o abate da floresta até que seja definida uma estratégia de conservação.
As populações de elefantes asiáticos estão fragmentadas e com tendência para uma diminuição. Já as populações de elefante africano estão estáveis ou a registar um ligeiro aumento desde os anos 90 do século passado.
Visto em: Público

terça-feira, janeiro 24, 2012

Pessoas poderosas se sentem mais altas

chefe-alta1Muitas vezes usamos atributos do mundo físico para descrever características emocionais, psicológicas ou até sociais dos outros. Por exemplo, quando uma pessoa é amorosa, podemos dizer que ela é “calorosa”; o oposto disso nos leva a chamá-la de “fria”. E, para nos referirmos a uma pessoa que tenha uma posição de poder e responsabilidade, podemos dizer algo como “ele é um grandão lá na firma onde trabalha”. O mais interessante nisso é que, para o nosso cérebro, esses termos muitas vezes não são só metáforas.
Um estudo da Universidade Cornell e da Universidade de Washington descobriu que as pessoas que se sentem poderosas tendem a superestimar a própria altura, sentindo-se fisicamente mais altas do que realmente são. A conclusão foi feita com base em vários testes diferentes. Em um deles, 266 voluntários tiveram sua altura medida. Em seguida, receberam um teste de aptidão de liderança e ficaram sabendo que, com base em seus comentários, cada um deles seria designado para desempenhar o papel do gestor ou do empregado em um jogo.
Eles então receberam um feedback falso e ganharam, aleatoriamente, um papel. Depois disso, cada pessoa preencheu um questionário com informações pessoais, incluindo a cor dos olhos e altura. Os que haviam sido informados de que seriam o gerente, com controle completo sobre o processo de trabalho, informaram uma altura maior do que a medição real. Quem tinha sido designado como empregado forneceu uma altura bem mais próxima ao seu tamanho real.
Outros experimentos envolveram até a criação de um avatar para usarem em jogos de videogame. Também nesse caso, quem se sentia mais poderoso criou avatares mais altos. Para os pesquisadores, como essa característica está associada ao poder, aumentá-la pode fazer as pessoas se sentirem mais poderosas.
Quente x frio
Algo semelhante ocorre com a relação entre temperatura e comportamento. Um estudo da Universidade de Yale descobriu que ficamos mais abertos e calorosos quando seguramos um copo de café quente – e mais “frios” quando seguramos um copo com uma bebida fria, por exemplo. Para isso, os pesquisadores pediram a voluntários que segurassem uma das bebidas, lessem algumas informações sobre um estranho e, depois, avaliassem sua personalidade. Quem segurou o café quente foi mais propenso a descrever a pessoa com traços “calorosos”, envolvendo simpatia, agradabilidade etc.
Outro teste foi feito usando bolsas terapêuticas quentes e frias e o resultado foi semelhante. Depois de segurar uma das duas, os voluntários ficaram sabendo que receberiam um brinde. Mas eles poderiam escolher entre ficar com ele ou pegar um vale para dar a um amigo. Aqueles que seguraram a bolsa quente foram mais propensos a pedir o vale para o amigo, enquanto foi mais comum entre os que seguraram a bolsa fria ficar com o brinde para si.
“Parece que o efeito da temperatura física não é apenas sobre a forma como vemos os outros - isso afeta o nosso próprio comportamento também”, disse o professor John A Bargh, coautor do estudo.  “O calor físico pode fazer com que vejamos os outros como pessoas calorosas, mas também pode nos levar a ser mais calorosos”. A demonstração do poder da temperatura na avaliação das pessoas tem sido apoiado por recentes estudos de imagem cerebral. Estímulos quentes ou frios são usados, por exemplo, quando pesquisadores precisam provocar forte atividade no córtex insular. Essa mesma área do cérebro também está relacionada ao transtorno de personalidade borderline, uma doença caracterizada por uma incapacidade de cooperar e quase total incapacidade de determinar em quem se pode confiar
Visto em: Super Interessante

quarta-feira, janeiro 11, 2012

A Lei de Gerson

48vv56a62753w1q81ha8ecv3aqrcyl_gersonNão! Não se trata de uma reflexão sobre qualquer teoria ou conceito particular. Quem não lembra dessa máxima, desse conceito, desse axioma? Há muitos anos, em 1976, um fabricante de cigarros usou o jogador da seleção brasileira tri-campeã em 1970, na Copa do México, Gerson para um comercial em que se evidenciava a vantagem em fumar aquela marca e, como sempre se fez nas propagandas de cigarro, quem fumava aquela marca teria vantagem em tudo, seria a pessoa que teria mais vantagem.
Essa propaganda veiculada pela televisão nos anos 70 e início de 80, entrou para a história da propaganda brasileira e marcou um slogan: “aquele que gosta de levar vantagem”. Como o comercial de TV tinha como garoto-propaganda o jogador Gerson de Oliveira Nunes, levar vantagem em tudo e sempre, se transformou na Lei de Gerson! Segundo a Lei, o mundo é, definitivamente, dos espertos. Bobeou, dançou! Esse axioma ainda está embutido no inconsciente coletivo do brasileiro. Sempre que pode o brasileiro não hesita para usar a Lei de Gerson, levar vantagem.
Num mundo globalizado, numa estrutura social muito diferente da década de 70 e em sociedades e cidades onde a harmonia, o bem comum é imprescindível para coibir o uso dessa mesma lei pelos políticos profissionais, a Lei de Gerson não tem mais sentido, não cabe mais. E isso é tão verdadeiro que sempre aquele que quer “levar vantagem em tudo”, sofre a pressão social e seu respeito ético e social vai para o esgoto. Mas ainda há muitos adeptos da lei.
Para citar alguns exemplos, tantas vezes mencionados em inúmeros artigos publicados desde a criação desse axioma, o caso do trânsito tumultuado e congestionado na frente das escolas no período inicial de aulas. É um motorista ou uma motorista que procura levar vantagem no trânsito, o que provoca o caos na frente das escolas. Todos aqueles que levam os filhos para a escola deveriam estar conscientes que é um momento de paciência e que não adianta ter pressa. Se tem compromissos, saia mais cedo de casa! Numa cidade em que o caos urbano impera, não há fiscalização e o poder público está se lixando para a população, só lembra dela em período eleitoral, se pode observar veículos estacionados sobre as calçadas, calçadas que impedem o trânsito de portadores de deficiência, muitas pessoas que furam filas sejam em locais de serviço público, de lazer ou mesmo no supermercado ou outra situação. A regra é “levar vantagem”!
Mas os exemplos mais contumazes da lei de Gerson estão no trânsito. A transgressão vira regra, como a ultrapassagem pela direita e as constantes “costuras” que colocam em risco a vida de todos, inclusive daquele que comete essas imprudências. No dia-a-dia se pode verificar inúmeras caminhonetes, grandes, altas, pneus enormes que costuram o transito e só pensam em levar vantagem sobre os carros menores. É a lei da selva, a vantagem do mais forte sobre os mais fracos. Outro exemplo se apresenta em restaurantes e locais públicos fechados onde é proibido fumar. Como o pensamento é levar vantagem, ninguém se importa em acender e tragar o cigarro. E isso tudo é resultado da educação, ou melhor, da falta de educação.
É na política onde a Lei de Gerson predomina. No período eleitoral, os candidatos se transformam em verdadeiros cordeirinhos e chegam a beijar as mãos dos eleitores. Depois de eleitos se transformam em lobos e são vorazes sobre o patrimônio público. E onde essa voracidade aparece de forma muito ostensiva? Nas colunas dos jornais. É nas colunas sociais dos jornais que a elite – se se pode denominar assim – política demonstra a tendência em levar vantagem em tudo. Promovem grandes e luxuosas festas para que os colunistas, muito bem pagos para isso, publiquem suas fotos – e fica nisso, apenas fotos – que mostram para a população, para aqueles pobres que os elegeram que são poderosos, que são superiores, que levam vantagem em todos os aspectos.
A lei de Gerson está muito associada a corrupção. O que é a corrupção senão o ato de levar vantagem. E a cada dia, felizmente, a imprensa divulga atos de corrupção cada vez mais ignóbil, ou seja, de uma baixeza repugnante. A corrupção existe no país há muitos anos e, infelizmente, o brasileiro aprendeu a conviver com ela. No entanto, os fatos mais recentes de corrupção atingem o cidadão onde lhe é mais caro, nos serviços de saúde. Também infelizmente, muito atos de corrupção, quando a mídia deixa de divulgar, são esquecidos. Há muitos casos para enumerar, basta lembrar da Operação Uragano e em todos os envolvidos.
Do lado do jogador Gerson de Oliveira Nunes, até hoje é injustamente penitenciado por ter estrelado uma campanha publicitária que, involuntariamente ou não, captou uma essência básica do imaginário coletivo nacional. Fica aqui a lição, até mesmo para Gisele Bündchen e a publicidade de uma empresa de TV a Cabo, ou seja, nem sempre vale a pena aceitar todas as propostas comerciais que se recebe. (Escrita por: Gerson Luiz Martins, jornalista e professor da UFMS)
Confira o vídeo do jogador Gerson