quarta-feira, julho 10, 2013

O Inferno dos Ateus

Um ateu morre e vai para o céu. Chegando lá é recepcionado por São Pedro:

— Hummm... – Lendo o livro da vida pregressa do ateu – Infelizmente meu filho, você não pode adentrar no reino celestial. Você, desde jovem, declarou-se ateu. Até mesmo no leito de morte, você ficou firme no seu ateísmo. Lugar de ateu é no Inferno.

Resignado, o ateu desce às profundezas abissais em procura da entrada do Inferno. Lá chegando tem um choque. A entrada do Inferno parece-se com aqueles grandes cassinos de Las Vegas. Logo na entrada, lindas mulheres recepcionam o ateu.

Extremamente surpreso o ateu adentra no Inferno e é recebido por um homem elegantemente vestido com um terno branco e uma flor no bolso do paletó.

— Seja bem-vindo, meu grande amigo! – Diz efusivamente – Eu sou Satanás, seu anfitrião por toda a eternidade e qualquer coisa que você queira é só pedir diretamente para mim ou para aquelas lindas mulheres. – Abaixando a voz – A ruiva de vestido preto vai te levar à loucura.

A imagem do inferno era fabulosa: uma longa pradaria onde o comum era a relva baixa e flores. Ao fundo uma pequena seqüência de montanhas.

Percebia-se um pequeno rio à esquerda, onde o ateu reconheceu Nietzsche e Voltaire, com varas de pescar em uma mão e um copo de vinho na outra. Riam alto! À direita, num restaurante com uma enorme varanda, o ateu discerniu somente numa mesa Thomas Paine, Robert Ingersoll e Thomas Jefferson, este último acenando e apontando para um livro em sua mão. Era o último livro de Richard Dawkins.

Confuso, desnorteado, o ateu não consegue entender o que está acontecendo. Só ouve o Satanás ao seu lado, falando como se fossem dois grandes amigos tomando cerveja num barzinho. E ele não parava de falar:

— Meu amigo, aqui você poderá fazer tudo o que você sempre quis. Nada é proibido, desde que você obtenha prazer. – Acenando para um homem que passava – Oi Giordano!

O homem retorna o cumprimento. O ateu curioso pergunta:

— Aquele era Giordano Bruno?

— Hã? Ahh… sim! Desculpe-me por não apresentá-lo, mas não se preocupe, pois irá conhecê-lo nas noites de quinta-feira. Todas as quintas fazemos jogatina, após o jogo de futebol. O único que não joga é o Karl Marx.

De repente, interrompendo a conversa, o céu fica escuro com nuvens negras e ventos fortes, com descargas de relâmpagos e trovões que parecem anunciar o dia do Juízo Final.

O ateu vê que a pradaria, outrora linda, virou uma fossa abissal que expelia de suas entranhas, labaredas sulfurosas, como línguas demoníacas.

No meio do céu tempestuoso, um homem aparece, gritando loucamente e ardendo em chamas, caindo diretamente na fossa aberta no chão. Tão logo o homem é engolido pelas chamas, tudo volta ao que era antes. A pradaria, Nietzsche e Voltaire no rio e Satanás não parando de falar, como se nada tivesse acontecido.

Perplexo pelo o que viu e não se contendo em curiosidade perante a passividade de Satanás o ateu pergunta:

— Que porra foi isto?

Satanás responde:

— Era um evangélico. Eles preferem o Inferno desta maneira.

terça-feira, julho 09, 2013

Cerveja faz bem ao coração

cerveja-caneca-consumo-diariamente-size-598 Lá na Grécia, cientistas recrutaram 17 homens não fumantes para uma difícil tarefa: beber 400 mL de cerveja em uma ou duas horas. Antes e depois de beberem, os voluntários passaram por testes para avaliar como estavam as células endoteliais (serve para checar se o sangue passa com facilidade pelas artérias), que recobrem o interior dos vasos sanguíneos, e a rigidez da valva aórtica (para ver se os vasos sanguíneos estão relaxados ou endurecendo).

E, olha só, as artérias ficaram mais flexíveis e o fluxo do sangue melhorou. Eles até tentaram repetir o teste com cerveja sem álcool e vodka. Mas não deu certo. Só funciona mesmo com cerveja. Os pesquisadores acreditam que a combinação entre álcool e os antioxidantes da bebida ajuda a proteger contra doenças cardíacas.

Vale sempre levar a parte chata: exagerar nas bebidas alcoólicas não faz bem nenhum. Só traz malefícios. Mas pode tomar dois copinhos por dia sem remorso: segundo a pesquisa, beber um pouco mais de meio litro de cerveja por dia diminui os riscos de infarto e derrames em até 30%.

Visto em: Ciência Maluca

domingo, julho 07, 2013

Os interesses dos partidos que travam a reforma política

Projetos que podem mudar o modelo eleitoral estão engavetados há anos no Congresso porque os principais partidos do país não chegam a um consenso

1 O plebiscito oportunista proposto pelo governo para realizar a reforma política neste ano dificilmente sobreviverá. O que pouco se discute, porém, em relação a essa tentativa rasteira do PT e do Palácio do Planalto, é que projetos para mudar o modelo eleitoral brasileiro estão parados no Congresso há anos. A dificuldade em fazer o tema avançar no Legislativo vai além da inoperância dos articuladores políticos de Dilma Rousseff: os principais partidos do país têm posições (e interesses) distintos na reforma política. 

Não é exagero afirmar que cada partido tem sua própria versão da reforma política ideal. O PT, por exemplo, que detém a maior bancada de deputados federais do país, insiste na ideia bolivariana de convocar uma Constituinte exclusiva para tratar do assunto e tentar mudar as regras eleitorais já em 2014 – ainda que isso atropele princípios constitucionais. Nesse caso, a manobra visa aprovar antigos sonhos da sigla, como o financiamento público de campanha e a institucionalização do voto de cabresto (voto em lista fechada).

“Nunca houve um debate no Brasil sobre os pontos da reforma política. Agora vai ser no convencimento. A população há de ser convencida da tese de cada partido, mas essa mesma população, a rigor, não domina com profundidade cada um dos temas da reforma política”, admite o líder do PT no Senado, Wellington Dias (PT-PI). “O PT não quer ficar isolado e já estamos debatendo nossas ideias com outros partidos”, completa.

O PMDB, a segunda maior bancada na Câmara, tem outras pretensões. Com capilaridade nos rincões do país, a legenda que mais elegeu prefeitos em 2012 – foram 1.024 prefeituras das 5.568 disputadas – defende a adoção do chamado "distritão", sistema que promoveria a eleição dos candidatos a deputado mais votados em seus estados, independentemente das siglas pelas quais concorreram. O modelo, entretanto, tem o grave risco de institucionalizar o “sistema eleitoral Tiririca” – deputado que, por ter obtido cerca de 1,3 milhão de votos, acabou elegendo também outros parlamentares.

O "distritão" substituiria o sistema proporcional com coligação, que leva em conta o quociente eleitoral (divisão do número de votos pelo número de vagas do estado na Câmara), e poderia provocar no Congresso a ascensão de diversos “Tiriricas” ou puxadores de voto que não necessariamente tenham afinidade ou interesse em um mandato político.

O "distritão" favorece os grandes partidos, que têm boa inserção nos grotões e são conhecidos até pelo eleitor menos politizado. Levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) aponta que, com base nas eleições proporcionais para a Câmara dos Deputados em 2010, PT, PMDB, PP e DEM poderiam ter bancadas maiores do que as que conseguiram eleger se a regra do "distritão" já estivesse em vigor.

Com uma crise deflagrada em sua base no Congresso, tudo indica que a presidente Dilma Rousseff dificilmente conseguirá salvar seu plebiscito improvisado para mudar as regras do jogo em 2014. Mas o debate sobre a necessidade de uma reforma política no Brasil seguirá em pauta, legislatura após legislatura. “O governo está completamente amador nas discussões sobre reforma política”, avalia o líder do PSB no Senado, Rodrigo Rollemberg (PSB-DF). “Precisamos dar uma resposta concreta e real para a sociedade, e não uma resposta com uma consulta popular feita às pressas”, diz o líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (PTB-GO).

Visto em: Veja