domingo, setembro 25, 2011

Livro: A Batalha do Apocalipse

A_Batalha_ApocalipseARSinopse: Há muitos e muitos anos, há tantos anos quanto o número de estrelas no céu, o Paraíso Celeste foi palco de um terrível levante. Um grupo de anjos guerreiros, amantes da justiça e da liberdade, desafiou a tirania dos poderosos arcanjos, levantando armas contra seus opressores. Expulsos, os renegados foram forçados ao exílio, e condenados a vagar pelo mundo dos homens até o dia do Juízo Final. Mas eis que chega o momento do Apocalipse, o tempo do ajuste de contas, o dia do despertar do Altíssimo. Único sobrevivente do expurgo, o líder dos renegados é convidado por Lúcifer, o Arcanjo Negro, a se juntar às suas legiões na batalha do Armagedon, o embate final entre o Céu e o Inferno, a guerra que decidirá não só o destino do mundo, mas o futuro do universo. Das ruínas da Babilônia ao esplendor do Império Romano; das vastas planícies da China aos gelados castelos da Inglaterra medieval. A Batalha do Apocalipse não é apenas uma viagem pela história humana, mas é também uma jornada de conhecimento, um épico empolgante, cheio de lutas heroicas, magia, romance e suspense.
Segue um trecho sobre a origem do universo segundo o livro.
“Shamira queria saber de tudo. Como feiticeira e estudiosa, não se cansava de perguntar sobre os objetos mais variados, e muitas dessas questões que nem o celeste era capaz de responder. Mas Ablon não se aborrecia com isso, Ele admirava sua vivacidade humana, sua criatividade e sua inteligência, traços comuns também à juventude.
- Conte-me tudo - ela pediu. - Fale-me sobre o universo, sobre as coisas que viu enquanto vagava pelas sombras do espaço. Revele-me o aspecto de Deus.
- Mas eu sei muito pouco. Só os arcanjos conhecem os verdadeiros mistérios do cosmo. Sou só um guerreiro, um executor, ou pelo menos era...
Mas, ao notar a decepção no rosto da necromante, o renegado emendou:
- posso lhe contar o que sei, o que ouvi dos malakins, os anjos sábios que moram no Sexto Céu e vivem para estudar os segredos antigos.
A Feiticeira de En-Dor recostou-se na rocha, já fascinada pelo relato que se seguiria. Um vento agradável soprava no alto, abrandando o calor da manhã.
- Houve um tempo, muito anterior à aurora do universo, em que o infinito estava dividido em duas províncias, a província das trevas e a província da luz. A escuridão era então governada por uma divindade hedionda, Tehom, a deusa do caos. Essa monstruosidade cósmica era assistida por diversos deuses menores., entre eles Behemot, o Horrendo, com sua lâmina negra, e controlava a maior parte parte do extenso vazio. Seu opositor era o deus da luz, o resplandecente Yahweh. Em determinada ocasião, Yahweh e Tehom entraram em guerra.
- Um só deus, contra muitos?
- Para ajuda-lo nesse combate, o Reluzente fez nascer os cinco arcanjos, seres de poder fabuloso, que lutaram ao seu lado contra os deuses das trevas. Yahweh e seus arautos venceram o confronto, ao qual nos referimos como Batalhas Primevas, e lançaram ao inferno os cadáveres de seus inimigos. Com Tehom derrotada, o Pai Celestial assumiu as duas províncias, comandando tanto a da luz quanto a das trevas e consagrando-se onipotente sobre todas as coisas. Invencível, ele teve tempo para iniciar a criação do universo. Com um estalo, o Altíssimo deu vida aos anjos, todos de uma vez, povoando o espaço com as legiões celestes. Depois, produziu uma fagulha de luz e principiou a feitura do cosmo.
- E sobre Deus, o que sabe Dele?
- Só sentimentos e energia. O Senhor nunca foi acessível, mesmo enquanto moldava o infinito. Só os arcanjos falavam com ele, e não creio que falassem muito. Yahweh era como um pai ocupado, um progenitor que dava muita importância ao seu trabalho. Mas podíamos sentí-lo em nosso coração, e no fundo não estávamos sozinhos. Tolo é o filho que depende do pai, que se apoia em sua segurança e desiste de desbravar o mundo por si.
- E depois, o que aconteceu?
- Ao correr de bilhões de anos, o Criador cultivou seu labor, dividindo seu projeto em dias. Cada um desses dias sagrados corresponde a milhares de anos humanos. No primeiro dia ele criou o céu, o sol e os primeiros astros do firmamento. Construiu uma miríade de luas e planetas, até descobrir seu mundo perfeito. Por incontáveis séculos, a terra foi o lar dos animais, o canteiro dos anjos, até que, no fim do sexto dia, surgiram os homens, a maior de todas as obras de Deus. Encantado pelo resultado final, Yahweh deu a eles uma alma, concluindo a tarefa da criação. Então, exausto e realizado, o Reluzente caiu em letargo. Voou até o Sétimo Céu, a seu santuário no topo do monte Tsafon, e ali adormeceu, deixando aos arcanjos o serviço de governar em seu nome. Terminou assim o sexto dia, e começou o sétimo, que persiste até hoje.
- O sétimo dia - repetiu a mulher. -E quando será concluído?
- É impossível dizer. Os arcanjos, e também os malakins, sustentam que o Altíssimo despertará no futuro, para punir os injustos, e esse será o tempo do Apocalipse, um evento universal que encerrará o último dia. Miguel, o Príncipe dos Anjos, detém, no pináculo de sua fortaleza, em Sion, A Roda do Tempo, um artefato incrível que marca, supostamente, a continuidade do sétimo dia. Quando seu ciclo estiver terminado, o Onipotente ressurgirá e instaurará um reino de paz. Mas isso é só previsão.”
(A Batalha do Apocalipse - Da Queda dos Anjos ao Crepúsculo do Mundo. Eduardo Spohr, Editora Verus, 2010)

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